terça-feira, 25 de maio de 2010

Kinoforum traz oficinas cinematográficas a jovens carentes

Por Ivanna Ferraz


A Associação Cultural Kinoforum é uma instituição sem fins lucrativos que foi criada em 1995. Surgiu com o intuito de realizar todo ano o Curta Kinoforum - Festival Internacional de Curtas-Metragens de São Paulo, maior projeto da Kinoforum.
 
A entidade também é responsável por diversas atividades como: o Festival de Vídeo Tela Digital, as Oficinas Kinoforum de Realização Audiovisual, o Guia Kinoforum de Festivais de Cinema e Vídeo, site kinooikos.com, kinolounge e Crítica Curta.
 
A Kinoforum é uma ONG que conta com patrocínios e, o principal patrocinador hoje é a Petrobras. Também contam com a parceria do Ministério da Cultura com o Governo do Estado de São Paulo. Em projetos paralelos, há patrocínio de empresas como a Comgás e Itaú Social.

Oficinas Kinoforum

As Oficinas Kinoforum de Realização Audiovisual foram criadas em 2001, como atividade do Festival Internacional de Curtas Metragens de São Paulo, proporcionando oficinas de realização audiovisual em várias comunidades da capital paulista. Não são oficinas com perfil de serem profissionalizantes, tem como objetivos: 

  • Aproximar a população do cinema, como forma de expressão popular; 
  • Viabilizar a produção de filmes em formato digital – com baixo custo e facilidade de realização; 
  • Estimular o crescimento e o interesse dessas comunidades no que se refere à produção cultural e audiovisual como um todo.
O público-alvo das oficinas são jovens que tem interesse no campo audiovisual, não sendo necessário ter experiência na área. Como as oficinas são itinerantes, elas são voltadas aos moradores dos bairros onde ocorrem, e visam atender especialmente a população carente e os estudantes de escolas públicas da cidade de São Paulo. Isso não exclui outras pessoas que queiram participar do projeto, mas na hora de selecionar, eles são priorizados.

Vida de jovens pobres inspira filme e projeto social

Por Cibelle Santos e Thiago Ghougassian

As praias de Santos, o escritor Plínio Marcos e o cinema. A combinação desses três fatores deu origem ao filme Querô e consequentemnte á um projeto social que vai muito além das telonas.  

Tudo começou quando o psicólogo e cineasta Carlos Cortez era criança. As viagens para a Baixada Santista lhe encantavam a tal ponto que  se tornaram fonte de inspiração e palco para o que viria á produzir quando virasse adulto. Apaixonado pela literatura, Cortez se inspirou no romance de Plínio Marcos, Uma Reportagem Maldita – Querô, publicado em 1976, para produzir algo inusitado e que iria mudar os rumos de sua profissão. A obra conta a história de Querô, um menino que morava nas "quebradas" de Santos  e que passava por situações humilhantes e perigosas, traduzindo para a literatura o que realmente acontecia na cidade naquela época. Cortez então resolveu adaptar a obra ganhadora de Melhor Romance pela Associação de Críticos de Arte para o cinema, porém de um modo diferente. Não quis filmar com atores conhecidos e muito menos com atores propriamente ditos. A idéia era rodar o longa com meninos que viviam situação parecida do protagonista do livro, afim de criar proximidade e veracidade na história. 

O filme Querô teve como atores 200 pessoas que viviam nas regiões de Santos, onde a pobreza e a miséria estavam mais concentradas. Dessa forma, o longa se tornou realidade e contou a história da vida difícil de um menino de rua chamado Querô, filho de prostituta e abandonado pela sociedade.  

“Trabalhar com cinema mudou a cabeça dos jovens, eles ficaram mais inquietos”, é o que afirma o produtor Carlos Cortez em entrevista ao site Jornalismo Comunitário, da Folha de São Paulo. Após o sucesso e a boa recepção da produção, o cineasta, junto a UNICEF, Gullane Films (produtora do longa de Carlos Cortez) e outros parceiros locais, se empenharam na criação das Oficinas Querô - Empreendedorismo e Cidadania através do Cinema, que têm o objetivo de ensinar jovens de 15 a 24 anos a produzir, atuar e criar seus próprios vídeos e filmagens. Além disso, o projeto auxilia os alunos com cestas básicas, apoio psicológico e profissional. 

Ao contrário do que muitos pensam, as Oficinas Querô não formam atores. A idéia é formar profissionais capazes de produzir filmes, seja como diretor, contra-regra, roteirista, figurinista, cinegrafista e outras ocupações relacionadas aos bastidores de uma produção cinematográfica.  

As Oficinas Querô ganharam tanto reconhecimento e destaque, que suas produções chegaram a festivais e renderam muitos prêmios, o que fez os coordenadores do projeto ampliarem suas unidades de Santos e região para Diadema e São Paulo.  

Atualmente, os integrantes da Querô iniciam uma nova jornada de experiências: eles começam á rodar em junho sua primeira animação que promete ser recheada de emoções, humor e muita realidade.

Cinema promove inclusão social no bairro do Capão Redondo

Por Giselle Madureira e Priscilla Brum

Com o objetivo de promover cidadania e igualdade entre os moradores da favela Jardim Amália, no bairro do Capão Redondo, foi criada em 1999, a ONG Jardim Amália Melhor, ou “Vida Nova”. A ONG promove ação social e atende cerca de 270 pessoas, entre crianças, jovens e adultos.

Ao todo são oito oficinas que contam com a colaboração de coordenadores e voluntários. Para as crianças há as oficinas que estimulam o aprendizado e a criatividade na fase escolar. Elas ainda participam de oficinas de esporte, que desenvolvidas de acordo com as idades, buscam sempre contribuir para a formação educacional e motora. Os adultos que atuam na ONG também aprendem. Através de trabalhos manuais, estão no inseridos no mercado de trabalho e, dessa maneira, conseguem ajudar com a geração de renda.

Os voluntários, que são parte importante da ONG, atuam também mostrando alternativas para encarar a pobreza, a exclusão e a violência, tentando assim transformar a perspectiva de cada um e consequentemente da comunidade, promovendo a cidadania.

Alunos e voluntários


Oficina de Audiovisual – ONG Projeto Vida Nova

Totalmente desenvolvido por voluntários, a Oficina de Audiovisual da ONG Projeto Vida Nova, foi criada em setembro de 2007 com a intenção de usar vídeo, fotografia e o teatro a favor da integração de alguns jovens que moram na região do Capão Redondo. Os alunos aprendem a estimular o senso crítico e têm a oportunidade de expressarem suas idéias e realidades em forma de produções.

O resultado do projeto já pode ser visto, inclusive no youtube! Com três meses de muito trabalho, o roteiro é baseado em trechos da bíblia. O filme “Forgiveness, o poder do perdão” foi um curta produzido pelos próprios alunos, com a supervisão dos voluntários responsáveis pela oficina.

Para assistir o curta acesse: http://www.oficine.org/